terça-feira, 18 de agosto de 2020

POTS na Síndrome de Ehlers Danlos

A Síndrome da Taquicardia Postural (POTS) é muito comum na hipermobilidade articular e na Síndrome de Ehlers Danlos (SED). 

Quando mudamos da posição deitada para a posição em pé, o volume de sangue dentro dos vasos acumala-se no abdome inferior e nas pernas. Isso diminui a quantidade de sangue que chega ao coração ativando o sistema nervoso autônomo e com isso temos o aumento da frequência cardíaca sem alteração importante da pressão arterial. Chamamos isso de POTS.

Ainda não está muito claro sobre as causas da POTS. Mas acredita-se que a presença da Síndrome de Ativação Mastocitária (SAM) libera mediadores químicos que causam dilatação dos vasos e, juntamente com a fraqueza dos músculos da perna e a elasticidade aumentada dos vasos, contribui para o acúmulo de sangue nos membros inferiores.

Os primeiros sintomas podem começar de forma leve na adolescência e piorarem conforme envelhecem. A pessoa com POTS pode manifestar sintomas graves e incapacitantes, prejudicando a qualidade de vida. Os sintomas podem também serem sutis, passando despercebida pelos médicos.

Dentre os sintomas da POTS temos: tonturas, desmaios, palpitações, dor no peito, falta de ar, suor intenso, dores de cabeça, náuseas, inchaço nas pernas, varizes, tremores, distonia, pés e mãos roxos e frios (embora também possa ficar vermelhos), intolerância a exercícios, fadiga crônica, desregulação da temperatura, piora da concentração, brain fog, distúrbios do sono, alteração da propriocepção, visão embaçada, dores musculares, alterações urinárias e gastrointestinais.

Alguns fatores podem melhorar ou piorar os sintomas: hidratação, temperatura, umidade, altitude, exercícios, alergias, estresse, dor, repouso, menstruação, bebidas alcoólicas,  ingesta de sal e de alguns alimentos.

O diagnóstico pode ser clínico a partir de uma avaliação no próprio consultório, baseado na anamnese e no exame clínico bem feitos. 

O autocuidado faz parte do tratamento inicial: observar e gerenciar os fatores que melhoram e pioram os sintomas; realizar atividade física adequada, aumentar a ingesta de líquidos e sal (se não tiver contra-indicação do médico) e o uso de meia compressiva. Alguns pacientes irão precisar de medicamentos para melhorar os sintomas.

Dra. Kaliny Trevezani

Cardiologista Pediatra